Hoje foi o pior dia da viagem, pelo menos pela minha opinião e ate agora. Saímos de Rio Gallegos por volta das 10 hs em direção a El Calafate, que aparentemente parecia simples, pois rodaríamos 310 km... o problema foi somente um, o nosso companheiro constante nos últimos dias, o VENTO, maiúsculo e com todo nosso respeito.
Após aproximadamente 70 km, já deu para perceber que a coisa seria brava, paramos em um restaurante na beira da estrada para dar uma aquecida, pois o frio estava congelante, um chocolate, café e aproveitei para aquecer a mão. 
Quando saímos já sentimos que o vento havia aumentado e sol saído, portanto trocamos o frio pelo vento mais forte, e a medida que andávamos ele aumentava, um desafio e tanto. 
Nos meus mais de 35 anos de moto nunca passei por uma experiência semelhante, Neto e Mane não compartilham plenamente de minha opinião, ambos são mais baixos, a moto do Mane menor e a do Neto com um para brisa bem maior que cria um belo túnel de vácuo, talvez o motivo de ambos não estarem tão impressionados quanto eu.
Acender um cigarrinho entao, missao impossivel!!!!
Eu torcia pelo próximo ponto de apoio aparecer logo, um posto, uma lanchonete ou ate mesmo uma arvore que pudesse minimizar e permitisse uma parada para relaxar os músculos do ombro e pescoço, andamos mais 70 km ate um posto e por ali ficamos quase 3 horas esperando uma chance para continuar, ressalto que neste posto a gasolina estava em falta e que em 150 km rodados ja tínhamos consumido mais ou menos 15 lts, ou seja 10 km por litro andando a 80-90 km. Acho que isto resume o que quero transmitir sobre este VENTO.
Varias informações sobre o comportamento do vento são obtidas de forma desencontradas, uns dizem que diminui após as 4hs da tarde, outros as 7hs, que pela manha não há vento, etc... temos que nos certificar, pois voltaremos por este caminho para Rio Gallegos, e se houver necessidade saio pela madrugada, mas não quero passar por isso novamente. Esta experiência com vento lateral e realmente única, e só quem pegou sabe oque estou falando.
Ficamos parados em um posto de gasolina, sem gasolina, os carros chegavam e ficavam esperando, pois a informação e que as 7 da noite chegaria, nos tínhamos nossa reserva no galão e esperávamos o vento diminuir para seguir os últimos 170 km que faltavam para chegar a El Calafate. As 4 da tarde, resolvemos encarar e tentar ir devagar, e assim foi a 70 km/h e durante o percurso o vento diminuiu e pudemos acelerar mais
Agora, um capitulo a parte, ressalto minha percepção, isto e uma experiência única, este vento e pra doido... e uma aula de pilotagem. Chegamos por volta da 19 hs, agora e relaxar por dois dias, buscar as mulheres no aeroporto, e passear.
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